Em 2007, um corretor de imóveis estava sendo acusado de
estelionato por uma cliente que dizia que ele havia embolsado o dinheiro do sinal
há três meses de um apartamento que estava todo irregular. Houve uma discussão
e a cliente e seu irmão, policial civil, disseram que iriam registrar o caso na
DP da área (41ª DP). A filha desse corretor, também policial civil, lotada na
32ª DP, no dia do seu plantão, pegou a senha de um outro colega, sem o
conhecimento dele, e fez um RO de "ameaça" em favor de seu pai,
colocando a cliente e seu irmão policial como autores, sem o conhecimento do
delegado de plantão e pertencente a área de outra Delegacia. Ela expediu uma
intimação pra ambos, e o policial e sua irmã me procuraram na 32ª DP, relatando
os fatos. Chamei o policial e ele confirmou que a colega havia feito o RO sem a
sua autorização. Convoquei a policial e, claro, a adverti pela fraude. Ela se
desesperou, se insubordinou e abandonou o plantão, recorrendo a uma DEAM me
acusando de tê-la agredido. Encaminhei tudo para que fosse apurado pela
Corregedoria, que arquivou a sindicância, pois ficou comprovado que não
encostei um dedo nela. O laudo do IML apontou uma escoriação ínfima, típica de uma
unhada, e ela dizia que eu a havia segurado pelo braço. Faça um teste: segure
alguém pelo braço e veja se é possível deixar apenas uma marca de unha? Certamente
uma autolesão pra me incriminar. No JECRIM do Centro, essa acusação de agressão
não prosperou e o termo circunstanciado foi arquivado de plano, sem haver
sequer processo. O caso do RO foi pro JECRIM de Jacarepaguá e a policial e seu
pai tiveram que fazer "transação penal" para não serem incriminados
pelas fraudes.
Imaginem, se essa agressão realmente houvesse ocorrido, se a
policial não recorreria à mídia para me denunciar? Imaginem se a Corregedoria e
o Ministério Público não tomariam as devidas providências? Imaginem se a minha
carreira iria continuar progredindo até hoje?
Bem, essa é a verdade sobre mais essa covardia contra a
minha imagem. Virei alvo dessa revista e, em particular, desse jornalista, que
mais uma vez alega não ter inicialmente me localizado pra que eu pudesse dar a
minha versão dos fatos, porém, ele conseguiu falar com a policial, que se
aproveitou, óbvio, para aparecer. Tive que recorrer à nossa competente
Assessoria de Comunicação da Polícia Civil (ASCOM) para poder falar com esse
jornalista. Na minha resposta à revista, vejam que sequer publicaram as
derrotas obtidas pela policial e seu pai. Quando consegui conversar pelo telefone
com esse jornalista, ele alegou que não houve tempo para fazer uma apuração
mais detalhada. É proposital, é direcionado.
Agora, todos os meus inimigos, acumulados nesses 27 anos de
carreira, inclusive atuando como presidente de um Sindicato, se aproveitarão
para me atirar pedras. Alguns policiais a quem não agradei como chefe, também
estão aplaudindo esse momento. Tenho mesmo "fama" de
"rigoroso" dentro da Polícia com alguns policiais que insistem em não
cumprir suas funções como servidor público. Paciência. "Ossos do
ofício".
Estou longe de ser perfeito, tenho inúmeros defeitos, mas
quem me conhece se orgulha das minhas qualidades, entre elas o caráter, a honra
e a coragem. Talvez meus maiores defeitos sejam a ingenuidade e a sinceridade,
mas se tudo isso servir para que a sociedade discuta a melhoria do serviço
público em geral e o verdadeiro papel da imprensa numa democracia, não me importarei
de passar por toda essa humilhação.